O mundo precisa “girar”, e, infelizmente, a grande roda que o faz mover-se é o
dinheiro. A todo instante está havendo uma transação em alguma parte do mundo,
seja em um banco, na bolsa de valores, numa empresa, nos supermercados, na
padaria ou em algum lugar onde alguém quer comer um “hot-dog” (eu poderia ter
escrito “cachorro-quente”, mas não é tão chique quanto “hot-dog”, o mundo nos
ensina isso), ou ainda tomar um “refri”.
A
grande verdade é que o dinheiro está presente em nossas vidas a todo instante –
ou não, depende do ponto de vista – e querendo, ou não, somos obrigados a nos
sujeitar à diversas situações para que tenhamos condições de tê-lo, e quanto
mais melhor, não é verdade? No entanto, muitas famílias vêm sendo desestruturadas
por causa do “bendito” dinheiro – a maioria pela necessidade, outras pela ânsia
e ganância. Eis aqui o ponto que tentarei discutir brevemente neste texto: até
que ponto somos reféns do sistema econômico que nos envolve?
É fato que
precisamos trabalhar, e isso é até mesmo bíblico: “Quem não quiser trabalhar
não tem o direito de comer” (II Tss 3,10b), mas não podemos ser escravos do
trabalho. É difícil levantar essa questão porque sabemos que há famílias onde a
necessidade é maior, a “precisão” fala mais alto. Contudo, penso que para tudo
há um jeito, e se todos nós fôssemos mais prudentes em nossas decisões, em
nossas atitudes, como, por exemplo, comprar algo que sabemos que vai nos deixar
“apertados”; ter um monte de filhos sendo que não temos condições de criá-los e
criá-los bem. Sei que isso envolve formação e informação, mas é uma questão
óbvia e muitas famílias vivenciam essa realidade.
Quero
incentivar aqui a doação e a economia: doação de Deus, de amor e de tempo dos pais
para seus filhos para que eles não encontrem na rua, no mundo, o que poderiam
ter encontrado em casa: amor, afeto, reconhecimento... Tudo isso o mundo oferece
através das drogas, da prostituição, da criminalidade que se tornam os deuses da vida desses jovens, e muitas vezes os pais
não vêem porque estão muito ocupados pensando no dinheiro; economia das nossas riquezas naturais, e não
falo só de conscientização sobre meio-ambiente (que é importantíssimo), mas
sobre as riquezas naturais do ser humano: tempo, vida e saúde.
Para terminar, gostaria de deixar a mensagem da
Campanha da Fraternidade Ecumênica¹ de 2010, iniciada no Tempo da Quaresma, que tem como tema o slogan “Fraternidade
e economia”: “Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24). Vamos ser
mais solidários, mais fraternos, e vamos compartilhar não só dinheiro e recursos,
mas amor e vida.
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¹Ecumênica: Porque, neste ano, não é uma campanha só da Igreja Católica, mas também de outras denominações religiosas.
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